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Já faz algum tempo que eu não escrevo nada sobre essa "nave louca" (BIAL, Pedro), e os motivos são diversos, dependendo do período. Primeiro, quando eu estava de férias, eu simplesmente não saberia sobre o quê e mesmo que soubesse não conseguiria escrever nada porque não é assim que a minha inspiração funciona. Eu preciso de agitação pra ter ideias, e preciso de falta de tempo para ter vontade. O que me leva ao segundo motivo: assim que as férias terminaram, tudo começou a acontecer tão depressa que eu não cheguei a ter tempo para escrever. Mas agora as coisas deram uma acalmada e por isso estou aqui.
Já faz algum tempo que eu não escrevo nada sobre essa "nave louca" (BIAL, Pedro), e os motivos são diversos, dependendo do período. Primeiro, quando eu estava de férias, eu simplesmente não saberia sobre o quê e mesmo que soubesse não conseguiria escrever nada porque não é assim que a minha inspiração funciona. Eu preciso de agitação pra ter ideias, e preciso de falta de tempo para ter vontade. O que me leva ao segundo motivo: assim que as férias terminaram, tudo começou a acontecer tão depressa que eu não cheguei a ter tempo para escrever. Mas agora as coisas deram uma acalmada e por isso estou aqui.
Semana passada aconteceu a ESN Introduction Week, onde os estudantes internacionais que chegaram para o próximo ano letivo são apresentados a esse pequeno pedaço de paraíso chamado Groningen. Quem organiza é o ESN (Erasmus Student Network) de Groningen, mas como são muitos novos estudantes - esse ano tivemos 1200 (!), e dizem que isso faz de Groningen a cidade com a maior Introduction Week da Europa (!!) - eles precisam de ajuda. E eu, que reconhecidamente tenho o superpoder de ser fisicamente INCAPAZ de ficar longe do furdunço, me alistei para ajudar.
As atividades são basicamente para conhecer a cidade, praticar esportes e aprender coisas novas, mas o principal é conhecer gente. Os estudantes são divididos em grupos, e cada grupo tem dois guias (guides). No meu caso, eu e o Alex eramos os guides do grupo #62. A semana personifica (para personificar teria que ser uma pessoa, o que se diria nesse caso?) o espírito do intercâmbio: vivenciar o máximo. Mas é claro que "vivenciar o máximo" pode significar o que você quiser, por isso prolongar-me-ei no assunto (e nas mesóclises).
Por várias vezes tentei começar um texto tentando explicar o que mudou na minha percepção do que é "melhor", do que é "mais preferível" quando o assunto é viver. Nunca negar uma festa ou ficar em casa assistindo um filme? Mesmo agora esse parágrafo, que quando chegar à sua mente estará na versão final, posso dizer agora que está sendo bem difícil de escrever também.
É difícil de escrever por que não é uma coisa simples. E quem diz que é simples, mente. Não é simplesmente uma questão de "preparar-se para o amanhã" vs. "aproveitar o agora", como era nos tempos da vovó. Não é "certinho" vs. "irresponsável", mas também talvez seja um pouco...
É mais uma coisa de deixar-se ser espontaneo, de escolher o caminho que vai desencadear mais emoção e memória, de fazer o que desperta mais vontade. É um desperdício viver um dia que não será lembrado, e ainda assim nós fazemos isso na maior parte dos dias. Então talvez a pergunta certa seja "o que torna um dia memorável"? E a resposta também não é fácil.
Quando eu vim para cá, achava que ia viajar a Europa inteira, ia conhecer todos os pontos turísticos do mundo, comer todas comidas típicas e tirar selfies na frente de todas estátuas famosas. Mas a realidade é outra, o dinheiro não é infinito, e uma coisa que eu notei em uma viagem que eu fiz pra Bélgica com alguns amigos é que o que conta na frase "uma viagem que eu fiz pra Bélgica com alguns amigos" não é "uma viagem que eu fiz pra Bélgica" e sim "com alguns amigos". Todos os momentos importantes que eu lembro eram por causa de quem estava comigo, e não por causa de onde eu estava. E a comida típica em qualquer lugar da Europa, até onde eu sei, é o kebab mesmo.
Isso não significa que estar com os amigos na Bélgica não seja melhor que estar com os amigos em casa, mas é que depende... E ah, como isso é deliciosamente complicado.
Não iniciei esse texto pensando em dar alguma conclusão para o assunto, provavelmente vai demorar muito até que eu me decida por uma ideia. E depois posso mudar de ideia de novo.
O fato é que seja qual for a moral, a semana passada personifica (sim, é estranho, já passamos por isso) a dita moral. Conheci gente pra caramba, gente boa pra caramba, me surpreendi como a diversidade de um grupo contribui sobremaneira para a coesão e sucesso do grupo (e um dia ainda escreverei a respeito... tenho minhas ideias mateológicas a respeito, e acho muito que deveriam criar algo como uma sociodinâmica, assim como existe a eletrodinâmica, a hidrodinâmica, etc., se alguém souber algo a respeito me avise), participei de uns workshops diferentes, joguei uns esportes que eu nem sabia do que se tratavam. A semana era pros estudantes novos, mas mesmo eu como Guide curti horrores.
O que eu posso dizer de positivo é que descobrir o que estou tentando descobrir é difícil, mas parece que uma vez descoberto, é fácil viver de acordo. E não precisa de dinheiro, não precisa ser em um lugar muito diferente. O mundo está cheio de coisas interessantes, e várias delas estão perto de nós, independente de onde estejamos.
A menos que você esteja no meio do oceano Pacífico. Nesse caso não tem nada de interessante em um raio de vários quilômetros.
| Tu encontra todo tipo de gente nesse mundo. Na foto, o grupo #62. |
Tot ziens!
Citando uma amiga minha: "Buy the ticket, take the ride".
ResponderExcluirhttp://33.media.tumblr.com/53058974f1624529bd3008cfee6aaa56/tumblr_nb75k1ENkg1qb2cu4o1_1280.jpg
Vamos ver o que o ano letivo trará.
;)
:D