domingo, 4 de janeiro de 2015

Future

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Happy New Year, passangers of this crazy spaceship I named Flying Dutchman! The events on batavian lands keep going the same track as usual: make me learn a lot, make me re-learn a lot, and most of all keep showing me that the set of things I know is countable, while the set of things I don't know... this one is uncountable, and infinite in ways that would make the Real Numbers Set jealous.

I haven't written as much as I imagined I would have at first. The reason is not lack of topics, actually the stack of topics about which I would like to talk about is always getting higher and higher, much faster than my typing skills would allow me to write. The reason is that a topic in particular have been poping up in my mind much more frequently than any other, and it is about that that I want to talk now.

What do you want for your life? I am sorry I ask this question like that, without preparation, but I couldn't think in any way to soften the impact. And it is like that the question comes to me, urgent, as if my future depends on its answer.

When I was in Liberato, highschool with technical studies in Electronics, between 2008 and 2012, the future presented itself clearly: I would finish highschool, find a job in the technical area, work during the day and go to college during the night. The salary would be good, not awesome but more than enough to cover food and living expenses, some extra to buy books, etc. What would I be studying? Something technical, maybe an engineering, something envolving Mathematics but with good salary expectation.

That sounded perfect to me then. But now... I don't know.

I consider myself super lucky for not having to think about a job as if it was something to prevent me from starving. My parents always worked very hard so my family would never lack the necessary, and even though I have never had the best toys (or, later, the equivalent of best toys for the teenagers and young adults), our fruit basket was always full. So this text may sound to you as a spoiled child crying, so be it. One of the countless doubts I have now is if it is so much necessary that everybody accept suffering as an inevitable part of life.

I want to have a job that satisfies me as a human being. The idea of working/studying the whole year waiting for the vacation period, the whole week waiting for Friday, the whole day waiting for the time we go home... This idea depresses me. In the books of Isaac Asimov he very frequently talks about a future when science and technology frees people from boring jobs, so everybody have free time to spend doing stuff they really love. Is too soon to want something like that?

In my specific case, studying Computer Science, my fear is to become someone's employee, working in a project that does not inspires me at all, to get "higher" in the company and have money which I will not have the time to spend. Being able to buy books, but never relaxed enough to enjoy them.

I like to finish my posts with some sort of conclusion, and in the beginning of this one I expected to end up having some sort of insight during the process of writing, but miracles don't happen. And, in a post I started talking about not knowing stuff, nothig more coherent than finishing without conclusion.

Lucky ones those who know what the future has to them.

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Futuro

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Feliz ano novo, passageiros dessa espaçonave louca que eu batizei de Holandês Voador! Os eventos em terras batávias continuam na mesma linha: me fazem aprender um monte, me fazem reaprender um monte, e me mostram cada vez mais que o conjunto das coisas que eu sei é numerável, enquanto que o conjunto das dúvidas... esse é inumerável, e infinito em formas que fariam o conjunto dos números Reais sentir inveja!

Não tenho escrito tanto quanto eu imaginava que escreveria no início. A razão não é falta de assuntos, na verdade a pilha de assuntos sobre os quais eu gostaria de falar sempre cresce mais rápido do que a minha datilografia permite; a razão é que um assunto em particular tem tomado minha mente muito mais frequentemente do que os outros, e é sobre esse assunto que eu gostaria de falar agora.

O que é que você quer fazer da sua vida? Me desculpe se faço a pergunta assim, à queima roupa, mas não consegui pensar em nenhuma forma de amenizar o impacto. Até porque é assim que essa pergunta me surge sempre, urgente, como se meu futuro dependesse disso.

Quando eu estava no Liberato, entre 2008 e 2012, o futuro parecia bem claro: eu ia terminar o técnico, arrumar um emprego na área, trabalhar de dia e estudar de noite. O salário seria bom, não absurdamente alto mas mais do que suficiente para comer, viver, comprar livros e tal. O que eu estaria estudando? Algo técnico, alguma engenharia, alguma coisa que envolvesse Matemática mas que pagasse bem.

Isso soava perfeito para o meu eu da época. Mas hoje... Não sei.

Eu sou afortunado por não ter que pensar em um emprego como algo para me salvar da fome. Meus pais sempre trabalharam duro para que a minha família tivesse o necessário, e embora eu nunca pude ter os melhores brinquedos (ou, mais tarde, ir nos lugares mais badalados), nossa cesta de frutas estava (e ainda está! Crise financeira na nossa casa é marolinha) sempre cheia. Então esse texto talvez lhe soe como um choro de criança mimada, pois que seja. Uma das inúmeras dúvidas que eu tenho é se é tão necessário assim que todo mundo aceite o sofrimento como inevitável.

Eu quero ter um emprego que me satisfaça como ser humano. A ideia de trabalhar/estudar o ano todo esperando as férias, a semana inteira esperando a sexta-feira, o dia todo esperando o final do expediente... essa ideia me deprime. Nas histórias do Isaac Asimov frequentemente se fala de um futuro em que a ciência e a tecnologia libertou as pessoas de trabalhos entediantes, e todo mundo tem tempo livre para se dedicar às atividades que eles realmente amam. Seria muito cedo para querer algo assim?

No meu caso, especificamente, estudando Ciência da Computação o medo é virar empregado de alguém, trabalhando em algum projeto que não me inspira, para "subir na carreira" e ter dinheiro que eu não vou ter tempo para gastar. Poder comprar livros, mas nunca estar relaxado o suficiente para saboreá-los.

Eu gosto de terminar textos com alguma forma de conclusão, e no início do texto eu esperava acabar tendo algum insight no decorrer da escrita, mas milagres não acontecem. E, em um texto que comecei falando de dúvidas, nada mais coerente do que terminar sem uma conclusão.

Afortunados aqueles que sabem o que futuro lhes reserva.

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