Eu tive um excelente professor no ensino médio, que foi durante três ou quatro anos um guia para mim e para os demais bobalhões que já tinham tamanho e nada além disso para lidar com a vida adulta que estava a frente. Quando estava ensinando sobre entrevistas de emprego, falou sobre como é importante a primeira impressão que as pessoas tem de nós, e também a primeira impressão que temos delas. Segundo ele, a maior parte da imagem que uma pessoa faz da outra é construída nos primeiros 15 segundos de contato.
Quando cheguei na Holanda, em Amsterdam no aeroporto de Schiphol (que eu não sei pronunciar, mesmo escutando várias vezes o piloto falar a bordo - o piloto era português, então muito pouco do que ele dizia eu entendia de fato) a primeira impressão que tive do país foi mágica: um friozinho gostoso dentro do aeroporto, um frio desgraçado do lado de fora, pessoas passando em todas as direções falando ao telefone em vários idiomas, luzes que acendem apenas quando alguém se aproxima (e os cartazes das paredes afirmam que isso economiza até 50% da energia gasta pelo sistema normal), setas e informações para que mesmo os brasileiros mais perdidos ainda consigam achar o caminho para a estação ferroviária, etc.
Os pontos negativos eu compreensivelmente reprimi por enquanto, é inconsciente. A única coisa que me chamou a atenção de "negativo", as aspas são porque isso não chega a ser negativo, é apenas um aspecto diferente e que me chamou a atenção, foi o jeito das pessoas no trem. Não é aquele contato, as pessoas são bem mais distantes do que estou acostumado. No entanto, se tu pede ajuda para qualquer coisa, ela imediatamente ajuda como pode, e assim que o trabalho está feito ela volta a cuidar da própria vida. Achei interessante.
Pois bem, depois do trem chegamos em Groningen, e já em casa arrumei meu quarto e tomei um banho. Então por acaso passei por dois caras espanhóis (0:01) e me apresentei (0:03). Eles também se apresentaram (0:07), e depois do nice to meet you eu me virei para entrar de volta no meu quarto (0:11) e eles chamaram Hey, Marcus! (0:12) e me convidaram para ir com eles a uma festa que estava sendo dada em outra casa de estudantes internacionais (0:14) e eu aceitei (0:15). E foi assim que eu cheguei à conclusão que o Mestre Jaime estava de fato correto.
Vou evitar ao máximo citar nomes, por isso vou me referir às pessoas por sua nacionalidade ou outra característica. Na cozinha laranja, que é a que eu uso (aqui nesta casa os moradores estão divididos em grupos, e cada grupo compartilha uma cozinha e um banheiro) tem 1 holandês, 1 indiano, 1 luandês, 1 espanhol, 3 chinesas e 1 brasileiro (eu). Como aquela rainha da Inglaterra, podemos dizer que "o sol nunca se põe no território da cozinha laranja".
Omhelzing!
PS: vou abrir uma exceção aqui: um dos espanhóis (que já voltou pra casa, estava apenas visitando) chama-se Jesus. Quem diria hein? Precisei viajar 10600 km para encontrar Jesus. (risos)
Quero fotos! Estou aqui louca para conhecer a Holanda já! hehe
ResponderExcluirAssim que eu comprar uma câmera vai ter fotos, por enquanto to só com a camera do celular e não é lá essas coisas...
ExcluirFaltou contar como estava a primeira festa na Holanda! Talvez mereça um post único!
ResponderExcluirMerece mesmo! Assim que tiver mais coisas sobre festas, vai ter. Em breve...
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